Compareci no dia 09 de abril no conselho tutelar e ficou definido que meu filho, Davi, de 7 anos, iria para a escola. Samuel, como ainda tem 5 anos e meio, não irá pois a obrigatoriedade escolar é a partir dos 6 anos.
Eles me indicaram uma escola municipal, na qual poderiam intervir, caso fosse necessário.
Chegando em casa, eu e meu marido, decidimos não matriculá-lo.
O mês se passou e, quando menos esperava, o conselheiro retornou à minha casa, com uma intimação da Vara da infância e juventude. Ele encaminhou nosso caso para uma promotora.
Resolvi ir até a escola sugerida pelo conselho, para fazer uma avaliação pedagógica e utilizá-la na promotoria. Davi pediu para frequentar a escola e naquele momento achei que seria uma oportunidade para que ele percebesse que a escola não é um lugar propício para fazer amigos, aprender brincando, com a liberdade que se tem em casa (era essa a ideia que ele tinha da escola).
Concordei com sua matrícula.
O que quer que acontecesse, seria um aprendizado para todos.
Sobre a promotora, após comparecer com o teste da escola e o certificado da matrícula, ela não teve outra reação a não ser encerrar o caso, embora, particularmente, estivesse afetada (muito nervosa), dando sermões, defendendo o Estado.
Sobre a escola e a chegada do meu filho:
A primeira coisa que Davi fez foi ir à biblioteca!
Ficou muito empolgado e pensou que poderia pegar muitos livros e ficar na biblioteca.
Seu comportamento foi dentro do que eu esperava.
Não ficou na sala de aula por muito tempo, só queria ler os livros e não prestava atenção ao que a professora dizia.
Começou a frequentar a escola no dia 29 de abril e desde esse período tenho tido várias reuniões com as coordenadoras do colégio, que constataram TDAH, fazendo um pedido para exames psicológico e neurológico.
Davi é um menino simpático. Cumprimenta e conversa com os adultos, mas isso tem um limite.
Se a proposta não está interessante, ele simplesmente não faz e procura algo "melhor", ao seu ver, para fazer.
Teve que trocar de turma: de uma professora tradicional, para uma mais jovem e cheia de ideias.
Ela é uma pessoa cheia de energia e tem sido muito atenciosa.
Mesmo assim, seu comportamento em casa mudou: tem estado, a cada dia, mais impaciente, relata problemas com os colegas (não consegue se enturmar) e está mais agitado, de forma negativa.
Davi sempre foi ativo, "conversador", cheio de energia. Um menino que não pára quieto, corre muito, fala muito. Questionador, interessado em aprender e que ama dinossauros.
Nunca foi de brincar quieto, de carrinho. Seu tema preferido é o mundo animal!
Na sala de aula ele questiona, mais que seus colegas. Isso tem sido um dos motivos de reclamação, pois quando ele pergunta, atrapalha a aula.
Numa das reuniões, quando esse fato foi colocado como um problema eu respondi que é exatamente isso que o ensino, a questionar as coisas e, dessa forma, aprender!
Ele é inteligente, nisso eu e as professoras concordamos, mas sua inquietação tem sido o maior de todos os problemas.
Por enquanto ele continuará na escola.
Não quero que, no futuro, ele diga que o privei do convívio escolar.
Sei que vivenciando a escola ele terá mais consciência do significado da educação em casa.
E estarei acompanhando de perto, esse ano escolar do Davi, dando continuidade à educação em casa com ele e seu irmão, Samuel.
7 comentários:
Lunna que situacao desagradavel, voces estao vivendo.
Espero que ela se resolva logo e da melhor maneira, para o bem do seu filho; que imagino eu talvez ainda nao deve ter se dado conta (da dimensao) de tudo que esta acontecendo.
Coracao de mae sofre. Forca e torco pelo melhor para voces e pelo respeito a liberdade de escolha.
Abracos fraternos
Graziela
Eles tentarão com todo o empenho a transformá-lo num menino "quieto e bonzinho", e essa coisa de transtorno de déficit de atenção é o disfarce para dominá-lo.Que a Grande Mãe o proteja de tantos perigos ...Sou terepêuta e sei muito bem o que é isso. Crianças questionadoras não servem para a "sociedade limitada e limitante" em que vivemos.Tomara que o ensino em casas consiga ser reconecido. Tive um filho que sofreu tanto bullying que hoje está em atendimento psicológico/psiquiátrico e sinceramente não tenho certeza de que um dia conseguirá superar.
lamento muito o que estão passando e torço por você e o Davi em especial.
Bjs carinhosos.
Olá. Amei o blog! N sabia que existiam pessoas como eu no Brasil, que acreditam de fato na ED. n tenho filhos, mas sempre penso q o melhor a fazer é educá-los em casa mesmo. Sou Wiccana e vejo q a educação tradicional n funciona bem para pessoas q n são cristãs. Espero q algo seja feito nesse país para legalizar a ED!
Graziela, espero que um dia possamos viver em liberdade! Grata!
Strega, sou a favor de tudo que disse. O sistema precisa de cordeiros para serem educados, ou domesticados. Energia e força para vc e seu filho!
Raíza, é sempre bom encontrar pessoas que compartilham desse ideal. As pessoas são preconceituosas e isso gera desrespeito. Todas as religiões devem ser respeitadas, assim como todos os seres. Mas existem pais cristãos que tb são a favor da educação em casa! Vamos aguardar a lei ser aprovada, sem dúvida!
Olá! Gostei do blog e fico triste em ver como os pais que realmente se preocupam com a educação de seus filhos são criminalizados, enquanto há tantos outros que jogam seus filhos na escola e os abandonam moralmente, espiritualmente, e tantos outros mentes. Sou cristã, protestante e cada dia mais tenho plena convicção que a escola- no modelos que temos hoje- não é o melhor lugar para ninguém, principalmente para quem deseja transmitir valores cristãos ou qualquer outra religião que tenha a moral, o próximo e o autruísmo em grande estima. Aguardo, ansiosamente, pela lei que nos permita educar sem medo nosso filhos, no nosso lar.
Gostaria de saber como tem sido pra ele a sala de aula, pois minha filha é disléxica e tenho passado momentos horríveis na escola com essa inclusão que não inclui. Percebi que com o ensino domiciliar feito por apenas três meses teve mais resultados que dois anos na escola, pois nesse curto período eu o alfabetizei pelo método fônico.
Eu já acho que a educação nas escolas não funcionam para ninguém. Sou evangélica e por causa do meus cabelos longos, hábitos musicais e uso de saias sofri bullying durante todos os anos escolares, sem exceção. Sofri tanto que não suporto a ideia de colocar meus filhos em uma. Tenho pane em entrar em uma escola pública, embora eu seja professora de inglês e atual forma da em pedagogia. Amo ensinar pq quero fazer a diferença que não fizeram pra mim. O problema não é sua religião, mas sim ser diferente...
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