Esse blog tem como intuito compartilhar as experiências reais de famílias que praticam a educação em casa, além de ideias, dicas, sugestões e muito mais!

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A dificuldade de se manter um filho na escola

Meu filho, Danilo, teve seu "jardim de infância" em casa e quando digo casa não me restrinjo ao local onde se vive. Fazíamos passeios pela natureza, conhecendo o meio ambiente de forma natural. Viajamos pelo Brasil a fora, e ele teve a oportunidade de conhecer pessoas e culturas diferentes, além de viver em liberdade.

Quem educa em casa vivencia o processo de forma plena e a criança não vive em cativeiro, muito pelo contrário!

Depois que Danilo entrou na escola, no mês de maio desse ano, as coisas mudaram radicalmente.

Agora vivemos aprisionados pelo sistema, sair de casa ficou difícil. Morando numa cidade grande não temos tantas oportunidades quanto numa cidade menor, por outro lado, morar no interior tendo a obrigatoriedade da frequência escolar é algo que quero evitar já que a tentativa de colocá-lo numa escola rural fracassou (ele não ficou principalmente pela falta de qualidade no ensino).

Logo no primeiro dia de retorno das férias um aluno cuspiu no rosto do meu filho, literalmente. Ao que parece ele não estava fazendo nada, o garoto passou correndo só para cuspir, sem ter um motivo.

Ao longo da semana muitas foram as reclamações da parte dele e eu e o pai fomos à escola para conversar, quase todos os dias!

Meu filho tem reagido a tudo agressivamente, mesmo em casa.

Seu sorriso já não é mais de um garoto que tem liberdade.

A pressão exercida sobre ele, na escola, perante à cobrança dos exercícios e "Para Casa" (que ele se recusa a fazer, dizendo que "é difícil", mesmo quando não o é, usando esse argumento como desculpa ) e as punições por seu comportamento em sala de aula estão desmotivando-o a aprender, tanto na escola quanto em casa!

A única coisa em que sente prazer é brincar e passa os fins de semana fazendo isso.

Samuel, apesar de estar sendo educado em casa, está acompanhando o irmão e se tornando hostil, negando qualquer atividade proposta por mim.

Comportamento é contagioso?

Estou seriamente pensando em retirar Davi da escola e a coordenadora apoia essa decisão, propondo que Davi realize as atividades da escola em casa, tendo acompanhamento junto à instituição. A questão é que ela não sabe se existe legalidade nesse ponto. Ela colocou que se eu pedir transferência o cadastro é retirado do sistema automaticamente, logo ninguém saberá onde estaremos, a não ser que haja uma nova denúncia.

Tenho três opções:

1 - Mantenho Davi na escola;

2- Retiro-o da escola e mudo de cidade;

3 - Retiro-o da escola, entro com um processo perante a vara da infância e juventude, alegando não haver abandono intelectual, e mantendo um monitoramento na escola que ele frequentava, incluindo as atividades escolares, seguindo o currículo da escola.

O que me deixa na dúvida é o fato de Davi se recusar a fazer qualquer atividade.
É impossível colocar um lápis em suas mãos e obrigá-lo a realizar as atividades!

E, dessa forma, o juiz pode dizer que somos pais negligentes.

Como Davi não faz nada (ou quase nada) em sala de aula, a negligencia é de quem?
Dos pais? Dos professores? Do próprio aluno?

O que eu percebo é que a escola funciona como uma empresa, em busca de resultados:

Os empregados (alunos) precisam alcançar suas metas (notas), para isso contam com a supervisão do gerente (professor) e este é cobrado pelo supervisor (coordenador da escola), e assim sucessivamente.

O que importa é que o presidente da empresa (Governo) obtenha os resultados ( maior número de alunos matriculados e frequentes em sala de aula, passando de ano, mesmo sem conhecimento).

O resultado é alunos que se recusam a obedecer passando a serem vistos como um problema, que atrapalham o resultado final; estes são mandados para o neurologista (hoje, enquanto estava na coordenação da escola, vi pais de quatro alunos sendo orientados a consultar um neurologista para seu "filho-problema"), professores e funcionários da escola estressados, pressionados e cansados por terem que lidar com tantos "problemas" (alunos).

A educação deveria ser leve, tranquila e a infância um momento saudável e feliz.

Os valores se perderam, o aluno não tem sua individualidade respeitada e o Governo priva a minoria de pais que desejam que seus filhos sejam mais do que um número.

domingo, 22 de maio de 2011

A pedagogia dos caracóis

Uma reflexão sobre o tempo...

* fonte: Revista Educação, edição 100 - recebido por e-mail.

Os caracóis são moluscos lerdos. Andam muito, muito devagar. Ninguém tomaria os caracóis como exemplos. Embora suas conchas sejam belas e construídas com precisão matemática, o que chama a atenção de quem os observa é sua pachorra. Caracóis não têm pressa. Falta-lhes dinamismo, virtude essencial àqueles que vivem no mundo moderno. Quem anda devagar fica para trás. Quem iria imaginar que um educador, ao observar um caracol, tivesse uma inspiração pedagógica? Pois foi o que encontrei numa revista italiana, Cem Mondialità. A fotografia que ilustra o referido artigo é a de um menino, rosto apoiado na carteira, a observar tranqüilamente um caracol que se arrasta sobre a tampa da carteira. E o título do artigo é A pedagogia do caracol.

Caracol tem pedagogia a ensinar? O autor conta o sucedido com uma menininha que, ao voltar para a casa, queixou-se: "Mamãe, os professores dizem 'É preciso andar rápido, nada de vagareza, para frente, para frente. Mamãe, onde é a frente?". E aí ele passa a falar sobre a virtude pedagógica da
vagareza. Pode ser que "chegar na frente" não seja tão importante assim! Quem sabe o "estar indo" seja mais educativo que chegar! No "estar indo" aprende-se um jeito de ser. Nietzsche se ria dos turistas que subiam as montanhas como animais, estúpidos e suados. Não haviam aprendido que há vistas maravilhosas no caminho que sobe... Riobaldo acrescentaria: "O real não está nem na saída e nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia". O adágio da Sonata ao Luar tocado "presto" seria um horror. As notas seriam as mesmas. Mas a beleza não se encontra no presto; ela está é na vagareza do "adágio". Ele aconselha os professores a estarem com seus alunos no ritmo "adágio". Sem pressa.

A lentidão é virtude a ser aprendida num mundo em que a vida corre ao ritmo das máquinas. Gastar tempo conversando com os alunos. Saber sobre as suas vidas, os seus sonhos. Que importa que o programa fique atrasado? A vida é vagarosa. Os processos vitais são vagarosos. Quando a vida se apressa é porque algo não vai bem.


Adrenalina no sangue, o coração disparado em fibrilação, diarréia. Observar as nuvens. Conversar sobre as suas formas. A observação das nuvens faz os pensamentos ficarem tranqüilos. As notícias dos jornais são escritas depressa. Por isso têm curta duração. Mas a poesia se escreve devagar. Por isso ela não envelhece. Inventaram essa monstruosidade chamada leitura dinâmica. Ela pressupõe que um texto é feito com poucas idéias centrais, tudo o mais sendo encheção de lingüiça. A técnica da leitura dinâmica é ir direto às idéias centrais, desprezando o resto como lixo.


Já imaginaram sexo dinâmico, que dispensa os "entretantos" e vai direto ao "finalmente"? Essa é uma maneira canina de fazer amor. Mas não é isso a que os jovens são obrigados quando, ao se preparar para o vestibular, se põem a ler "resumos" de obras literárias? Um resumo é o resultado escrito de uma leitura dinâmica. É preciso ler tendo a lesma como modelo... Devagar. Por causa do prazer. O prazer anda devagar. Você leu esse artigo dinamicamente ou lesmicamente?


Rubem Alves

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Plano de aula

Encontrei um plano de aula, com várias ideias, separados por etapas, em português, no site da revista escola, da editora Abril.

Apesar de todo acontecimento (denúncia, escola), vou continuar com a ED, com meu filho Samuel em tempo integral e Davi, quando estiver em casa.



sábado, 14 de maio de 2011

Resolução da denúncia

Continuando o post iniciado aqui.

Compareci no dia 09 de abril no conselho tutelar e ficou definido que meu filho, Davi, de 7 anos, iria para a escola. Samuel, como ainda tem 5 anos e meio, não irá pois a obrigatoriedade escolar é a partir dos 6 anos.

Eles me indicaram uma escola municipal, na qual poderiam intervir, caso fosse necessário.

Chegando em casa, eu e meu marido, decidimos não matriculá-lo.

O mês se passou e, quando menos esperava, o conselheiro retornou à minha casa, com uma intimação da Vara da infância e juventude. Ele encaminhou nosso caso para uma promotora.

Resolvi ir até a escola sugerida pelo conselho, para fazer uma avaliação pedagógica e utilizá-la na promotoria. Davi pediu para frequentar a escola e naquele momento achei que seria uma oportunidade para que ele percebesse que a escola não é um lugar propício para fazer amigos, aprender brincando, com a liberdade que se tem em casa (era essa a ideia que ele tinha da escola).

Concordei com sua matrícula.

O que quer que acontecesse, seria um aprendizado para todos.

Sobre a promotora, após comparecer com o teste da escola e o certificado da matrícula, ela não teve outra reação a não ser encerrar o caso, embora, particularmente, estivesse afetada (muito nervosa), dando sermões, defendendo o Estado.

Sobre a escola e a chegada do meu filho:

A primeira coisa que Davi fez foi ir à biblioteca!

Ficou muito empolgado e pensou que poderia pegar muitos livros e ficar na biblioteca.

Seu comportamento foi dentro do que eu esperava.

Não ficou na sala de aula por muito tempo, só queria ler os livros e não prestava atenção ao que a professora dizia.

Começou a frequentar a escola no dia 29 de abril e desde esse período tenho tido várias reuniões com as coordenadoras do colégio, que constataram TDAH, fazendo um pedido para exames psicológico e neurológico.

Davi é um menino simpático. Cumprimenta e conversa com os adultos, mas isso tem um limite.

Se a proposta não está interessante, ele simplesmente não faz e procura algo "melhor", ao seu ver, para fazer.

Teve que trocar de turma: de uma professora tradicional, para uma mais jovem e cheia de ideias.

Ela é uma pessoa cheia de energia e tem sido muito atenciosa.

Mesmo assim, seu comportamento em casa mudou: tem estado, a cada dia, mais impaciente, relata problemas com os colegas (não consegue se enturmar) e está mais agitado, de forma negativa.

Davi sempre foi ativo, "conversador", cheio de energia. Um menino que não pára quieto, corre muito, fala muito. Questionador, interessado em aprender e que ama dinossauros.

Nunca foi de brincar quieto, de carrinho. Seu tema preferido é o mundo animal!

Na sala de aula ele questiona, mais que seus colegas. Isso tem sido um dos motivos de reclamação, pois quando ele pergunta, atrapalha a aula.

Numa das reuniões, quando esse fato foi colocado como um problema eu respondi que é exatamente isso que o ensino, a questionar as coisas e, dessa forma, aprender!

Ele é inteligente, nisso eu e as professoras concordamos, mas sua inquietação tem sido o maior de todos os problemas.

Por enquanto ele continuará na escola.

Não quero que, no futuro, ele diga que o privei do convívio escolar.

Sei que vivenciando a escola ele terá mais consciência do significado da educação em casa.

E estarei acompanhando de perto, esse ano escolar do Davi, dando continuidade à educação em casa com ele e seu irmão, Samuel.

sábado, 16 de abril de 2011

Foi publicado na "Gazeta do povo"

Quando o saber não vem da escola

Famílias brasileiras buscam o direito de ensinar seus filhos em casa, ao invés de mandá-los para a escola. Estima-se que, no Brasil, mais de 100 lares adotem o homeschooling, mas o número pode ser ainda maior.




A educação domiciliar e seus motivos


Algumas famílias no Brasil decidiram não mais compartilhar a educação e a instrução dos filhos com a escola regular. Ocorre que a obrigatoriedade da matrícula é dispositivo da legislação ordinária: Lei 8069/90 e Lei 9394/96, mas pela Constituição Federal de 1988 a educação é um direito. A responsabilidade pela garantia desse direito é partilhada entre Estado e Família.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

DIA MUNDIAL DO DESENHISTA

Na minha casa desenho não é uma novidade. É a atividade favorita dos meus filhos!

Vamos desenhar numa folha de papel enorme!
Vai ser diverdito, como todo aprendizado deve ser.

Tenho uma amiga que é professora de artes. Ela diz que o ideal é permitir que a criança se expresse à sua maneira no que diz respeito ao desenho. Não force, não dê borracha ou desenhos prontos para colorir a uma criança que está aprendendo a desenhar.

O desenho pronto limita sua imaginação e não permite que ela se expresse de forma plena.

E você, como vai comemorar o dia do desenhista na sua casa?

Falando um pouco sobre a data:

15 DE ABRIL

Os Desenhistas se contentam em ter na mão um papel e um lápis, para que se sintam livres para criar. A partir daí vão surgindo rabiscos, traços e enfim belos desenhos que constituem suas obras de Arte.

Dia Mundial do Desenhista

Os mestres universais do desenho sempre veneraram o impulso do primeiro traço que se caracteriza pelo gesto sutil que leva o desenhista a se exprimir velozmente na exatidão da imagem que aos poucos vão assumindo contornos. E o mais importante nessa arte é o que revela seus traços.

O desenhista pode ser um técnico, um desenhista industrial, programador visual ou aquele que simplesmente se dedica ao desenho livre.

Dentre os desenhistas brasileiros podemos destacar Mauricio de Sousa e Daniel Azulay. Mauricio, criador da turma da Mônica, descobriu seu talento ainda criança e criou personagens que conquistaram grande destaque mundial como a Mônica, o Cebolinha e Chico Bento.

Daniel Azulay criou o capitão Cipó e a turma do Lambe-Lambe.

Que acabou expandindo a área dos quadrinhos ao ganhar espaço na televisão. O programa "Turma do Lambe-lambe" foi exibido durante dez anos pelas TVs Educativa e Bandeirantes. Além de criar tais personagens, Daniel montou oficinas de desenho que hoje funcionam em sistema de franquia com várias lojas no Rio de Janeiro.

No cenário Mundial a maior expressão na arte do desenho é Portinari que durante toda a sua vida em nenhum momento abriu mão da arte do desenho.

Por todo o mundo estão espalhados museus especializados nos mestres do desenho de todas as épocas, que coletaram os croquis, os esboços e os estudos desses gênios, como forma de comprovação de como suas obras foram concebidas.

Fonte: Guia do Curioso


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mais uma denúncia

É a segunda vez que sou denunciada por praticar educação domiciliar.
A primeira vez aconteceu em fevereiro desse ano.
A denúncia foi feita pela minha própria mãe.
Ela não aceita minha forma de vida, meus valores e os valores da família que constituí.

Numa tentativa sem escrúpulos, me denunciou por negligência.

O conselheiro veio na minha casa na quarta e foi até simpático.
O motivo principal de não colocar meus filhos na escola é o bullying, pois somos de uma religião oriental e isso já aconteceu quando os coloquei numa escola convencional.

O conselheiro disse que é a primeira vez que pega um caso assim.
Constatou que não se trata de negligencia, conversou com meus filhos, meu marido e disse que somos uma família "normal", tranquila.

Amanhã vamos no conselho tutelar para conversar e ver qual será a medida a ser tomada.

Ele propõe um sistema de "inclusão social", fazer um trabalho na escola para a aceitação dos professores e dos alunos, mas estou muito contra a proposta dele.
O fato da minha escolha não é só bullying. Educar em casa é proporcionar aos meus filhos liberdade, é ser educado de várias formas, sem estar preso a uma cadeira por horas, vivendo o que eles chamam de socialização; é aprender brincando e ter prazer no aprendizado!

Foi sugestão do conselheiro, ele pediu para que estivesse abertos a uma tentativa:
colocar numa escola, sob a juridição do conselho tutelar.

Logo, se houver qualquer problema com meus filhos eu teria respaudo do governo, para educar meus filhos em casa, com segurança, sem estar violando a Lei.

Eu tenho quase certeza de que não vai dar certo colocá-los na escola. As pessoas em geral não respeitam o que é "diferente." Amanhã vamos ao conselho e veremos o que será definido.

É triste ver o quanto as pessoas se "preocupam" com pais que fazem o bem para seus filhos e não fazem nada para ajudar as crianças que vivem nas ruas, por exemplo. Elas precisam de cuidados, apoio, amor.

Fico chateada de estar passando por isso denovo, pois perco meu tempo, tempo que dedicaria aos meus filhos, para me explicar, como se eu estivesse errada.

Frustração é o que sinto, principalmente por ter sido denunciada pela minha mãe!

Meus filhos são crianças com base sólida e defendem seus valores.
Esse é um dos pontos positivos que já estou vivenciando com a ED:
os valores da família são mais fortes do que as influências externas.

Lunna

Ilegal no País, educação domiciliar põe adeptos como criminosos

Especial para o Terra

"Precariedade do ensino público, drogas, imposição de ideologias, doutrinas dos professores e até mesmo o medo de bullying são alguns dos motivos que levam pais a tomar a decisão de transformar a sala de estar de suas casas em sala de aula para seus filhos. A prática, conhecida como educação domiciliar, ou homescholling em inglês, não é regularizada no Brasil, porém estimativas da Associação Nacional da Educação Domiciliar (ANED) apontam que pelo menos 400 famílias optam por esta modalidade de ensino no País.

Os dados são de Fabio Schebella, professor, diretor pedagógico da ANED e escritor do blog Por uma Aprendizagem Natural, que traz informações sobre a prática e dá um espaço virtual de discussão sobre a temática. Segundo Schebella, a falta de regularização desta modalidade no País coloca os pais ou responsáveis em risco. Se denunciados ao Conselho Tutelar, podem responder ao Ministério Público por "evasão escolar", termo que designa o abandono da escola por parte de menores e é considerado crime, punido com detenção."

Continue lendo a matéria aqui.

sábado, 2 de abril de 2011

Dia Internacional do Livro Infantil - 02 de abril

Hoje é o dia Internacional do Livro Infantil.

Nada melhor do que comemorar essa data lendo um livro!

Hoje vou ler para meus filhos um livro do Rubem Alves, "A montanha encantada dos gansos selvagens".

E atividades para colorir. Depois é só furar, amarrar com uma cordinha e montar um livro!











Calendário comemorativo

Encontrei no site "Portal São Francisco" um calendário muito bom, com diversas datas comemorativas. Todas acompanham uma pequena explicação sobre a data.

É interessante pegar as que são importantes para sua família e fazer uma atividade criayiva em cima do tema.

Desenhos, pintura, artesanato, jogos, enfim, tudo o que venha para acrescentar o dia a dia do(s) seu(s) filho(s).

No portal, você ainda confere várias matérias, ideal para pesquisa!

Lunna


segunda-feira, 21 de março de 2011

Entrevista com Casey Heynes

Garoto que sofria bullying há anos, decide revidar, tornando-se um herói para muitos.

Como a escola contribui para que esse tipo de prática (bullying) não leve nossos filhos a se sentirem inferiores?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Site educativo


Uma forma divertida de conhecer as letras do alfabeto e os números!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Condenado pela Justiça, casal de MG mantém filhos fora da escola

Condenado pela Justiça, casal de MG mantém filhos fora da escola

Como está a família Nunes hoje, após ser condenada pela justiça criminal?

Essa pergunta pode ser respondida através dessa matéria, realizada pelo G1.

E ainda, vem à mídia outra família que pratica a educação em casa:

"Pai professor, filhos em casa
Em Maringá, no Paraná, o professor Luiz Carlos Faria da Silva, de 54 anos, e a pedagoga Dayane Dalquana, de 36 anos, também decidiram educar os filhos em casa após experiências que consideraram ruins em uma escola particular e em outra pública. Lucas, hoje com 12 anos, frequentou a escola por cerca de dois anos, e Júlia, de 11 anos, frequentou por um ano, quando tinha 7 anos. Agora as crianças estudam em casa sob a orientação dos pais, aprendem matemática e inglês em escolas especializadas e praticam esportes."

Continue lendo aqui.

Para não ficar diferente, no desfecho da matéria é colocada a opinião contrária de um promotor de justiça.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Leitura para todas as idades

Caminhando pela web, me deparei com o site Educar para crescer, e nele contém uma lista de vários títulos, que varia de acordo com a idade.

Para acessar, basta clicar aqui e conferir!

E aqui você vai encontrar diversos sites educativos para seus filhos!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Filho de político em escola pública?

Projeto proposto pelo senador Cristovam Buarque obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas.

Se por um lado essa parece ser a solução, por outro continuamos a podar a liberdade dos cidadãos. É fato, as escolas públicas não são de qualidade, se fossem, os políticos deveriam ser os primeiros a colocar seus filhos!

Uma pergunta me vem em mente: como os políticos provém a educação privada as seus filhos?

Através de seus salários, pagos com o dinheiro do povo.

Quer um projeto para obrigar os políticos a matricular seus filhos em escola pública?

Dê um salário de um trabalhador "comum"...

Primeiro, quero ver se alguém vai se candidatar a algum cargo, com um salário desses.

Segundo, o político que conseguir viver bem, pagar as contas, manter as despesas de uma casa e ainda conseguir pagar escola privada aos seus filhos, ou ele é um mágico ou um ladrão!

Os políticos vão querer o "melhor" sempre.

Escola privada, hospital privado (você já viu algum político numa fila de espera, para marcar consulta pelo SUS?), casa de qualidade e lazer!

No dia em que um político ganhar o mesmo que um trabalhador, nesse dia a democracia terá cumprido o seu papel.

(Ariany Moreira)

Abaixo, segue o Projeto da Lei.

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007
Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

Determina a obrigatoriedade de os agentes
públicos eleitos matricularem seus filhos e demais
dependentes em escolas públicas até 2014.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º

Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e
Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados
a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de
educação básica.

Art. 2º

Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no
máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias
Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades
respectivas.

JUSTIFICAÇÃO

No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação
básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da
escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para
com o ensino público.
Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação
das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo
raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de
corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas
nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.
Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se
ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a
possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para
financiar os custos da educação privada de seus filhos.
Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais ?
vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores
e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-
Presidente da República ? deduzam um valor total de mais de 150 milhões de
reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de
financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84
inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de
cargo eleitoras.
O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros,
os seguintes objetivos:
a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola
que atende ao povo;
b) político: certamente provocará um maior interesse das
autoridades para com a educação pública com a conseqüente
melhoria da qualidade dessas escolas.
c) financeiro: evitará a ?evasão legal? de mais de 12 milhões de
reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos
fiscais à disposição do setor público, inclusive para a
educação;
d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de,
em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no
Brasil.
Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da
Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social
brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118
anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a
outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão.
Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará
completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde
1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a
qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.
Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda
tivesse duas educações ? uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os
filhos do povo ?, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a
educação era reservada para os nobres.
Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a
aprovação deste projeto.
Sala das Sessões,
Senador CRISTOVAM BUARQUE

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ANED

Algumas pessoas estão se organizando para a formação de uma associação de pais, que visa a regulamentação da educação em casa.

Para saber mais, basta acessar o blog do Fabio, Por uma aprendizagem natural.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

INFÂNCIA X Televisão

“Amar e pensar: eis a verdadeira vida das almas.”
Voltaire

“Existem dois legados duradouros que podemos deixar para nossos filhos. Um deles, raízes. O outro, asas.”
Hodding Carter


A guerra pela audiência, como toda guerra, é covarde e é suja. E na guerra pela audiência, como em toda guerra, as principais vítimas são as crianças.


A Infância & a Televisão

A educação dos olhos. E a educação do olhar.


“É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.”
Rubem Alves


A fome de pão, e a fome de beleza. O que é que torna uma vida plena?

“Uma infância amorosa e ordenada é o chão pelo qual caminharemos até a velhice... e a nossa aventura existencial terá mais ou menos chances à medida que esse chão for confiável.”
Lya Luft


E qual a infância que hoje estamos construindo? Nos tempos recentes, mais do que em qualquer outro, temos descuidado gravemente da atenção devida à infância.

E a televisão ocupa um lugar central nos descaminhos dos rumos que a infância tem tomado. A televisão existe para vender os produtos que anuncia. A única função da televisão nos tempos presentes é a de formar consumidores. Incitar desejos consumistas e glorificar o consumo, a fim de incrementar as vendas dos anunciantes.

Na atual sociedade de consumo, a exposição excessiva a valores materiais está arruinando o bem-estar das crianças. Numa sociedade de mercado, tudo é tratado como mercadoria. Inclusive a infância.

Sentido da vida: Felicidade = Consumir

Até os quatro anos de idade, as crianças não conseguem diferenciar propagandas de programas.

Conforme atestam pesquisas realizadas, bastam apenas 30 segundos para uma marca influenciá-las.

Enquanto as crianças assistem a programas infantis veiculados pelas emissoras de TV, nas inserções de merchandising e nos intervalos comerciais a educação para o consumo vai se instalando de forma poderosa.

“Quanto mais cedo nutrirmos o desejo consumista nas crianças, maiores os nossos lucros”, avaliam os donos das emissoras.

A ideologia midiática repudia a solidariedade e exalta a ostentação, o desperdício e a individualidade.

A vaidade e o hedonismo semeados na mente na mais tenra idade – num mundo tão carente de cidadania, compaixão e dignidade.

Rede Globo, SBT, Band e Record – com suas ações de marketing voltadas ao público infantil – perderam totalmente a noção de ética e civilidade.


Que futuro estamos construindo?

“Beba mais cerveja... Troque de carro... Troque de celular... para ser feliz!” “Você é o que você ostenta!” “Quem não consome não existe!...”

Big Brother Brasil... As vídeo-cassetadas do Faustão... Zorra Total... A Turma do Didi... Domingo Legal... Topa tudo por Dinheiro... A Fazenda... O Melhor do Brasil...

Segundo dados do Ibope, as crianças brasileiras passam uma média de cinco horas diárias em frente à TV. Ainda segundo o Ibope, as crianças brasileiras ficam expostas a aproximadamente 40 mil propagandas em um ano. Segundo dados do Ibope, as crianças brasileiras ficam expostas a aproximadamente 40 mil propagandas em um ano.


Qual a influência de tal exposição massiva na formação da subjetividade de uma criança?

A primeira infância, marcada pela fragilidade de suas estruturas de personalidade, ainda em formação.


Como fazer para subverter a ordem estabelecida de consumismo desenfreado e resgatar a Educação e a Cultura, e todos os demais valores que nos fazem humanos?...e resgatar a Educação e a Cultura, e todos os demais valores que nos fazem humanos?...

Darcy Ribeiro, um dos maiores educadores do Brasil – apelidado de “O Poeta da Educação” – dizia: “Enquanto num turno a escola educa, no contra-turno a televisão deseduca. Como será possível avançar assim?...”


Darcy Ribeiro faleceu em 1997. Desde então, os abusos e os desvios promovidos pela televisão têm piorado. E muito. Apesar dos impérios televisivos – que manipulam, mandam e desmandam no país – é preciso confiar no poder transformador e regenerador da Educação e da Cultura.


Alguns conselhos de educadores e especialistas sobre o assunto:

• Em ambientes com a presença de crianças menores de quatro anos, mantenha os aparelhos de TV desligados.

Lembre-se de que a atenção periférica nas crianças pequenas é bastante apurada, mais até do que nos adultos.

Enquanto brincam inocentemente num canto da sala, vão assimilando e absorvendo tudo que acontece ao seu redor.

Os olhos e os ouvidos das crianças pequenas são sensíveis demais para a futilidade das novelas, as coberturas sensacionalistas dos dramas e tragédias humanas dos telejornais, e a incessante torrente abusiva e invasiva de propagandas e comerciais.

Recomenda-se que somente após completar quatro anos de idade a criança tenha contato com programas televisivos. E mesmo assim, não mais do que por 45 minutos diários, e sempre com a presença de um adulto, a orientá-la diante do caráter persuasivo dos comerciais.

Se, devido à corrida rotina da vida moderna, você tenha querecorrer ao babá-eletrônico para distrair crianças pequenas,dê preferência a vídeos e dvds. Assim, ao menos, as mentes ternas não ficarão à mercê de uma torrente desumana e desleal de publicidade.

Como nesta fase a criança sente prazer na repetição, sendo ela indispensável para sua aprendizagem, e com apopularização de dvds, procure sempre recorrer a tal recurso no lugar da TV.

Desenhos são lúdicos e, vistos moderadamente, estimulam a fantasia e a criatividade.


Lembre-se de que os programas infantis veiculados pela Rede Globo, SBT, Band e Record têm unicamente por fim perversos interesses econômicos e comerciais. O que as emissoras de TV intentam com suas atrações infantis é formatar mentes precocemente consumistas.

Por sua vez, na quase totalidade dos países desenvolvidos existem severas restrições no campo da publicidade infantil – como a proibição de intervalos comerciais em meio a atrações infantis.

As nações desenvolvidas cuidam da infância porque são desenvolvidas, ou vieram a se tornar desenvolvidas porque em algum momento de sua trajetória histórica resolveram priorizar a educação e a infância?

No Brasil, algum dia ainda também haveremos de aprender que a infância é sagrada, e que existem valores anteriores ao lucro. No Brasil, algum dia também haveremos de criar leis e mecanismos visando restringir a publicidade infantil e proteger a infância.

Enquanto este dia não chega, cabe aos pais, diante da ganância desmedida das emissoras de TV, proteger os filhos dos incessantes apelos consumistas.

Lembre-se de que filho não é direito. É dom, é graça, é um presente da Vida. E se o destino confiou um pequenino ser aos teus cuidados, reveja a tua rotina e as tuas prioridades. Desacelere, reduzindo os compromissos sociais e profissionais, de modo a poder passar o maior tempo de qualidade possível com os filhos.


A primeira infância passará rapidamente – o tempo, a atenção e o carinho doados nestes anos iniciais irão reverberar por toda a jornada existencial que se segue.

Nestes tempos de severa manipulação midiática, um dos maiores desafios enfrentados é como resgatar a individualidade, a solidariedade e a criatividade.


O urgente deasfio de providenciar uma atenção e uma educação capazes de fazer com que as crianças e os adolescentes não sejam tragados pelo consumismo.

Faz-se necessário cuidar não somente da saúde física e intelectual, mas, principalmente, da saúde ética, emocional e espiritual das futuras gerações.

Quais os valores, visões de mundo, saberes e percepções que queremos nutrir nas crianças?

Resgatar o espaço perdido dos sonhos, utopias e ideais mobilizadores. A esperança de “um outro mundo” ainda possível.

O Amor e a Bondade.

Um outro mundo, capaz de valorizar a felicidade verdadeira, resultante do cultivo de bens infinitos. Um outro mundo, capaz de acolher a Justiça, a Ternura, a Compaixão e a Caridade. Um outro mundo, onde reina a verdadeira Liberdade.

Há muito por ser feito ainda. Quem semear, colherá.

A infância é sagrada, e deverá ser a prioridade primeira. Sempre.



Formatação: um_peregrino@hotmail.com

Compartilhe esta mensagem com pais, avós, professores, educadores, diretores escolares e com todos aqueles que se preocupam com a Infância e com os caminhos da Educação.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Curta Metragem na educação

Fazendo um mini curso, no site SOS professor, recebi o link do site Curta na escola!

Lá você encontra curta metragem para todas as idades, com vários temas interessantes, voltados para a educação e para o educando.

Uma das dicas do curso é passar um vídeo educativo e interessante para o aluno e estimular com pesquisas, projetos e o que mais a imaginação mandar!

O que achei interessante foi o fato do texto (o curso é dado com textos curtos) colocar que numa escola convencional os vídeos, que os professores poderiam explorar mais com os alunos, fica para "depois" ou para "quando tiver tempo", fechando o tema abordado. Eles incentivam o seu uso antes, para que a curiosidade dos alunos seja despertada!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Primerio a magia da história, depois a magia do bê-á-bá


Se fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e tesouras de podar. Levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; levaria as livrarias, para que ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.


Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada coma beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical.A experiência da beleza tem de vir antes.

Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as histórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia. Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela quereria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e sílabas em histórias. É assim. É muito simples.

Autor: Rubens Alves

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O caso "Nunes"

Esse caso está virando uma referência, quando se fala em Educação Domiciliar no Brasil.
Segue então uma breve descrição do caso.
Para assistir à entrevista (imperdível!), clique aqui.


O caso dos garotos Davi e Jonatas, hoje com 16 e 17 anos, é emblemático. Durante uma conversa antes de sua palestra, Cleber relatou que ele e sua esposa foram condenados pelos magistrados por cometerem crime de abandono intelectual (Estatuto da Criança e do Adolescente). Detalhou que, nas entrevistas que seus filhos prestaram ao promotor na presença dos membros do Conselho Tutelar, o magistrado frequentemente pressionava-os psicologicamente, insistindo em perguntar se os pais lhes coagiam a estudar em casa e a não frequentar a escola. Insatisfeitos pela tranquilidade e maturidade com que os garotos respondiam as questões - reafirmando a disposição voluntária e realçando todas as vantagens comparativas no ensino domiciliar - as autoridades apropriadamente resolveram aplicar uma prova para testar os conhecimentos dos garotos, já há dois anos fora da escola.

No I Seminário de Escola Austríaca no Brasil, ocorrido em Porto Alegre, tivemos o imenso privilégio de assistir à palestra de Cleber Nunes, pequeno empreendedor mineiro, agora residindo numa cidadezinha interiorana, que retirou seus filhos da escola para aplicar o método de homeschooling, ou ensino domiciliar.

Futuro da Educação Domiciliar no Brasil

Acesse o canal http://www.youtube.com/user/EdDomiciliar e ouça a Audiência Pública sobre Educação Domiciliar (homeschooling) realizada em 15/10/2009, em nosso país.

Vários convidados, entre eles Cleber Nunes, pai e praticante da Educação Domiciliar no Brasil.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Manifestação de blogs pelo direito de educar sem escolarizar

Na Espanha, o Tribunal Constitucional declarou o homeschooling ilegal.
O blog da Paula, "Aprender sem escola", lançou o manifesto contra a decisão do governo espanhol de proibir a educação em casa. Para ler o artigo traduzido para o português, basta clicar aqui.


Palavras da Paula:

Se aderirem à mobilização blogueira pela defesa do direito à educação fora da escola em Espanha, vivam onde viverem, coloquem o símbolo de protesto nos vossos blogs e adicionem o vosso "link" aqui. Se quiserem podem também partilhar os vossos pensamentos sobre a decisão do tribunal espanhol.

Juntem-se à manifestação de blogs e ajudem-nos a difundir palavras de liberdade e solidariedade às famílias que praticam o ensino domiciliar na Espanha.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Educação domiciliar e poder público


A Legislação brasileira é veemente na proibição do ensino domiciliar, mas casos como o ocorrido em Minas Gerais, em que um casal processado por ensinar os filhos em casa alegou insatisfação com a qualidade do ensino público. Afinal, a quem pertence o direito de escolher a educação dos filhos?


Janaína Rosa Guimarães*

Continue a ler aqui.

sábado, 27 de novembro de 2010

Educação ao contrário

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 27 de janeiro de 2009


Clicando no Google a palavra “Educação” seguida da expressão “direito de todos”, encontrei 671 mil referências. Só de artigos acadêmicos a respeito, 5.120. “Educação inclusiva” dá 262 mil respostas. Experimente clicar agora “Educar-se é dever de cada um”: nenhum resultado. “Educar-se é dever de todos”: nenhum resultado. “Educar-se é dever do cidadão”: nenhum resultado.

Isso basta para explicar por que os estudantes brasileiros tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais. A idéia de que educar-se seja um dever jamais parece ter ocorrido às mentes iluminadas que orientam (ou desorientam) a formação (ou deformação) das mentes das nossas crianças.

Eis também a razão pela qual, quando meus filhos me perguntavam por que tinham de ir para a escola, eu só conseguia lhes responder que se não fizessem isso eu iria para a cadeia; que, portanto, deveriam submeter-se àquele ritual absurdo por amor ao seu velho pai. Jamais consegui encontrar outra justificativa. Também lhes recomendei que só se esforçassem o bastante para tirar as notas mínimas, sem perder mais tempo com aquela bobagem. Se quisessem adquirir cultura, que estudassem em casa, sob a minha orientação. Tenho oito filhos. Nenhum deles é inculto. Mas o mais erudito de todos, não por coincidência, é aquele que freqüentou escola por menos tempo.

A idéia de que a educação é um direito é uma das mais esquisitas que já passaram pela mente humana. É só a repetição obsessiva que lhe dá alguma credibilidade. Que é um direito, afinal? É uma obrigação que alguém tem para com você. Amputado da obrigação que impõe a um terceiro, o direito não tem substância nenhuma. É como dizer que as crianças têm direito à alimentação sem que ninguém tenha a obrigação de alimentá-las. A palavra “direito” é apenas um modo eufemístico de designar a obrigação dos outros.

Os outros, no caso, são as pessoas e instituições nominalmente incumbidas de “dar” educação aos brasileiros: professores, pedagogos, ministros, intelectuais e uma multidão de burocratas. Quando essas criaturas dizem que você tem direito à educação, estão apenas enunciando uma obrigação que incumbe a elas próprias. Por que, então, fazem disso uma campanha publicitária? Por que publicam anúncios que logicamente só devem ser lidos por elas mesmas? Será que até para se convencer das suas próprias obrigações elas têm de gastar dinheiro do governo? Ou são tão preguiçosas que precisam incitar a população para que as pressione a cumprir seu dever? Cada tostão gasto em campanhas desse tipo é um absurdo e um crime.

Mais ainda, a experiência universal dos educadores genuínos prova que o sujeito ativo do processo educacional é o estudante, não o professor, o diretor da escola ou toda a burocracia estatal reunida. Ninguém pode “dar” educação a ninguém. Educação é uma conquista pessoal, e só se obtém quando o impulso para ela é sincero, vem do fundo da alma e não de uma obrigação imposta de fora. Ninguém se educa contra a sua própria vontade, no mínimo porque estudar requer concentração, e pressão de fora é o contrário da concentração. O máximo que um estudante pode receber de fora são os meios e a oportunidade de educar-se. Mas isso não servirá para nada se ele não estiver motivado a buscar conhecimento. Gritar no ouvido dele que a educação é um direito seu só o impele a cobrar tudo dos outros – do Estado, da sociedade – e nada de si mesmo.

Se há uma coisa óbvia na cultura brasileira, é o desprezo pelo conhecimento e a concomitante veneração pelos títulos e diplomas que dão acesso aos bons empregos. Isso é uma constante que vem do tempo do Império e já foi abundantemente documentada na nossa literatura. Nessas condições, campanhas publicitárias que enfatizem a educação como um direito a ser cobrado e não como uma obrigação a ser cumprida pelo próprio destinatário da campanha têm um efeito corruptor quase tão grave quanto o do tráfico de drogas. Elas incitam as pessoas a esperar que o governo lhes dê a ferramenta mágica para subir na vida sem que isto implique, da parte delas, nenhum amor aos estudos, e sim apenas o desejo do diploma.

fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/090127dc.html


Ampliando horizontes

Outros textos na web sobre educação escolar:

Abandono intelectual, por Olavo de Carvalho



'Não coloco meus filhos na escola', entrevista com o professor Luiz Carlos Faria da Silva


Homeschooling: uma alternativa constitucional à falência da educação no Brasil



domingo, 21 de novembro de 2010

Muitos motivos para não querer meu filho na escola

Ontem matriculei o pequeno no 1º ano. Nada feliz com isso, tento fingir uma empolgação que não tenho quando estou na frente dele, falando sobre como a escola vai ser legal.

Eu tenho algumas dezenas de motivos para não querer meu filho na escola e odiar viceralmente a ilegalidade da educação domiciliar no Brasil.

O primeiro deles, não tenho vergonha alguma de falar, é a questão do preconceito. Isso se desdobra em:

-Eu sou parte de uma minoria religiosa. E a maior parte das pessoas na educação são evangélicos ou espíritas fanáticos, que consideram que sou a) cultuadora de demônios b)cultuadora de uma religião inferior.

Meu filho começa a participar da vida religiosa. E ele acredita na multiplicidade de deuses. Para ele, Jeová é um entre muitos deuses, e ele acha que entre os deuses que não são os de casa, Thor é muito mais legal que ele.

Eu não quero meu filho ouvindo música religiosa, não quero meu filho rezando ou sendo catequisado ou que digam a meu filho coisas sobre o Papai do Céu. Quando as pessoas morrem elas vão para o Hades, não para o céu. E eu não vejo nenhuma chance de que ele não seja submetido a esse tipo de coisa na escola. Eu sou professora. Eu sei o que acontece nas escolas.

Mais do que a questão dos deuses que se adora, vem a questão dos conceitos éticos. "Dar a outra face" e ser como um carneiro passam longe da criação dele. Nem sequer as virtudes que eu o ensino a valorizar são as mesmas dos cristãos.

-Meu filho é uma criança "do clã". O conceito de família dele é "pai, mãe, avôs, avós, tio, tio, tio, tio, tio, tio, tio, tia, tia, tia, tia (repita isso ao infinito)". Ele está crescendo vendo o mundo como um lugar onde ele tem tios de todos os formatos, cores e tamanhos, onde homossexualidade é natural, onde homens usam cabelo comprido, mulheres e homens são iguais, mamãe e vovós trabalham fora e papai e vovôs trabalham em casa. Para ele, família não tem nada a ver com a idéia que nossa sociedade tem de família - o conceito de família ultrapassado que ainda se ensina na escola como único possível.

-Meu filho tem cabelo comprido e gosta de estar bonito. Ele tem calças de veludo cotelê e cacharréis, e se veste como um cara cool desses que frequentam a Casa das Rosas (kkk) quando não está vestido como roqueiro em miniatura. Ele tem suas vaidades e eu assumo, eu valorizo isso como posso. Acho que na nossa sociedade sexista, todo menino vaidoso precisa ser apoiado para viver sua vaidade de uma maneira saudável, e sem ter vergonha disso.

Somando isso tudo, tem o fato dele ser grandalhão e forte. Em 5 segundos vão carimbar nele a palavra "baderneiro" e ele vai carregar esse estigma até sair do ensino médio. Como eu sei disso? Cansei de ver aluno tomando advertência sem sequer estar na escola quando a confusão aconteceu "porque ele é um baderneiro". Os professores esperam que alunos grandes sejam burros e desleixados e embora briguem muito mais com eles, não exigem deles que suas coisas sejam bem feitas, porque automaticamente já consideram que eles são intelectualmente inferiores. Ah sim, ele é canhoto. E "todo mundo sabe que canhotos tem letra feia", mesmo que isso seja um preconceito deslavado.

E eu não quero ensinem meu filho que "rosa é de menina e azul é de menino". Que transmitam uma visão sexista e preconceituosa sobre o papel do feminino e do masculino. Não quero ele cercado de meninas vestidas de cor de rosa e meninos obcecados por competição.

E sim, eu acredito que tenho o direito de poupar meu filho disso até que ele esteja maduro o suficiente para lidar com essas coisas com embasamento e maturidade. Não se dá treinamento de sobrevivência na selva para um bebê de 6 meses. Mas forçamos nossas crianças a lidar com preconceito, sexismo e competição quando eles ainda não tem a menor condição de lidar com isso adequadamente.

Saindo do arco do preconceito, vem a questão de "o que ensinam na escola?"

Estamos falando de uma criança que já lê e escreve, usa as letras de forma corretamente (maiúscula no começo da frase e o resto todo em minúscula, exceto nos nomes próprios), identifica e escreve as letras cursivas, identifica os números até 50, faz somas simples e tem um vocabulário muito amplo. Ele conhece mais sobre animais do que meus alunos da 4ª série. Tem acesso a livros diversos. Usa a internet sob supervisão mas sem ajuda - ele consegue entrar no buscador e procurar o site que quer. Ele conhece mistura de cores, formas geométricas e tem uma noção espacial ótima. Seus desenhos tem linha de horizonte e uma noção rudimentar de planos.

Em sã consciência, ele precisa estar na escola?

Isso tudo sem um estudo feito de maneira sistematizada. Só na base da conversa, dos jogos e interesses dele. Aposto que começando um programa de educação domicilar propriamente dito, ele consegue no que deveria ser o 1º ano estar no nível do 3º ano, respeitando o desenvolvimento dele. E não só em português e matemática, mas globalmente em todas as áreas do conhecimento escolar.

Só para constar - os livros de geografia e história dos meus alunos do 2º ano em uma das salas não foram sequer tirados do plástico. Arte e Educação Física são vistos como um "luxo desnecessário" ou "recreação" (e isso no estadual, municipal, particular, todos). E lembrando - nosso ensino tem índices melhores que os das escolas particulares do meu município.

E no caso em particular do meu pequeno, tenho uma equipe multidisciplinar completa para dar suporte ao aprendizado dele. De pedagogo a professores especialistas, só com pessoas que fazem parte desde sempre da educação dele.

Ai vem a questão que as pessoas sempre perguntam: "mas e a socialização? e o convívio com pessoas diferentes?"

A socialização na escola não é adequada. Ela é feita de maneira forçada, e sob constante ordenação dos adultos. Não é permitido que as crianças se agrupem naturalmente, sem que os adultos intervenham. Além disso, é uma socialização que é feita com o intuito de "nivelar pela média". Na escola, seja de maneira consciente ou inconsciente, o diferente sempre é punido. Existe um favorecimento ao ato de trair os outros e fofocar - delação premiada não é um termo policial, é uma realidade escolar.

Os professores e funcionários carregam os mesmos preconceitos que a sociedade em que eles vivem.

Sendo assim, professores fecham os olhos para casos de bullying, abandonam alunos deficientes no canto da sala e se referem a alunos com dificuldades como "eu já desisti disso" ou alunos com problemas sociais como "isso ai nem adianta, com a família que tem, vai virar traficante". E sim, eles fazem isso na frente dos alunos. E mesmo que não falem, suas posturas assumem isso. E nem me venham falar de escola particular. Porque a realidade de preconceito se torna elevada ao quadrado e a obcessão competitiva de ser sempre o melhor porque só existe o 1º lugar ou os fracassados se torna uma política propagandeada como algo positivo.

A socialização na escola é uma falácia.

Socialização de verdade acontece nos parques, playgrounds, cursos livres, brincando na rua. E isso ele pode ter ainda mais acesso se estiver fora da escola formal, porque os horários de estudo podem garantire muito mais estudo de campo, como ir fazer aula debaixo das árvores do parque, ir a exposições, ocupar parte do tempo do que seria educação física com brincadeiras coeltivas.

E eu poderia escrever muito mais. Mas isso já ficou enorme.

Existem professores bacanas? Existem. Não estou dizendo que todos nas escolas são um lixo. Mas a maioria é exatamente desse jeito. A própria superestrutura pedagógica é assim. Quantas vezes preciso fazer coisas que contrariam a maneira como eu acredito que deveria ser a educação? Passo metade do tempo em uma política de contenção de danos. Todas as escolas que conheci até hoje tinham muito mais pontos negativos do que positivos.

As escolas experimentais ou com projetos não convencionais são raras e inacessíveis para a maior parte das pessoas. Se houvesse algo assim, para mim seria ideal. Temos uma legislação ótima para educação a distância - e acredito que a educação domiciliar poderia utilizar desse tipo de tecnologia. E me vejo obrigada a permitir que meu filho se retraia, provavelmente passe por um processo de involução, desaprenda coisas e crie barreiras, como cansei de ver acontecer com crianças do meu convívio, porque sou obrigada a colocar ele em uma escola.

Escrito por Sarah Helena, publicado aqui.

Obs: esse texto tem a prévia autorização da autora.